sábado, 12 de setembro de 2009
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Amigo
| Cada novo amigo que ganhamos no decorrer da vida aperfeiçoa-nos e enriquece-nos, não tanto pelo que nos dá, mas pelo que nos revela de nós mesmos.
Miguel Unamuno
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sábado, 13 de junho de 2009
Uma alma
com espelho, com ninguém, com retrato,
sem homens, sem Partido, sem verdade,
com sussurro, com ciúmes, com distância,
sem companheiro, sem razão, sem canto,
com armas, com silêncio, com papéis,
sem povo, sem consulta, sem sorriso,
com espias, com sombras e com sangue,
sem França, sem Itália, sem os cravos,
com Bérias, com sarcófagos, com mortos,
sem comunicação, sem alegria,
com mentirosos, com látegos e línguas,
sem comunicação, sem alegria,
com a imposição e com a crueldade,
sem saber quando cortam a madeira,
com a soberba triste, com a cólera,
sem compartir o pão e a alegria,
com mais e mais e mais e mais e mais
e sem ninguém, e sem ninguém, sem nenhum,
com as portas fechadas e com muros,
e sem o povo de suas padarias,
e com cordéis, com nós e com ausência,
sem mão aberta, sem flor evidente,
com as metralhadoras, com soldados,
sem a contradição, sem a consciência,
com desterro, com frio e com inferno,
sem ti, sem alma, só, e com a morte.
Pablo Neruda
domingo, 17 de maio de 2009
Peço a Paz
Peço a Paz
Peço a paz
e o silêncio
A paz dos frutos
e a música
de suas sementes
abertas ao vento
Peço a paz
e meus pulsos traçam na chuva
um rosto e um pão
Peço a paz
silenciosamente
a paz a madrugada em cada ovo aberto
aos passos leves da morte
A paz peço
a paz apenas
o repouso da luta no barro das mãos
uma língua sensível ao sabor do vinho
a paz clara
a paz quotidiana
dos actos que nos cobrem
de lama e sol
Peço a paz e o
silêncio
Casimiro de Brito, in "Jardins de Guerra"
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Palavras para quê?
Ferreira, Vergílio
domingo, 26 de abril de 2009
Eu vim de longe
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Liberdade_ Ler_ ESDICA
LIBERDADE
Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando em vez de criar, seca.
E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa
terça-feira, 7 de abril de 2009
L...
L de Livro
L de Ler
L de Literacia
L de Leitura
L de Leituras
L de ...Liberdade
(na ESDICA, de 22 a 30 de Abril)
domingo, 5 de abril de 2009
Esta velha angústia...
Esta velha angústia.
Transbordou.
Um internado num manicómio é, ao menos, alguém,
Pobre velha casa da minha infância perdida!
Se ao menos eu tivesse uma religião qualquer!
Estala, coração de vidro pintado! |
Álvaro de Campos