quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Porque me apetece repetir...



Não sei quantos seremos, mas que importa?!

Um só que fosse, e já valia a pena.
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!

Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.

E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.

Miguel Torga

1 comentário:

Maria Sobral disse...

A mim também.
Foi difícil resistir à tentação de o colocar no blogue da BE, mas podia parecer provocação.