sábado, 22 de novembro de 2008

Quantos Seremos?


Quantos Seremos?





Não sei quantos seremos, mas que importa?!

Um só que fosse, e já valia a pena.
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!

Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.

E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.

Miguel Torga

2 comentários:

aia disse...

Uau assim já está mais preenchido, acho que faz todo o sentido a professora ter um blog... A professora que muitos admiram pelo que faz pode agora demostrar isso tudo pelo mundo mágico da internet... Miguel Torga, quero conhecer, gostei, quero mais...

Maria Sobral disse...

Copiei este poema para a belabiblioteca.